quarta-feira, 25 de junho de 2008

A 1ª PEÇA

Nossa história começa no centro de um coração que deseja fazer a vontade de DEUS, acima de tudo. Acima de dogmas, ritos, desejos humanos, acima de sonhos pessoais. Um coração que só deseja adorar a DEUS.

Isabela é uma mulher simples, temente a DEUS, pertence à Igreja Apostólica Reinando em Vida. Casada, sem filhos, ora sem cessar para que seu marido tenha o desejo de entregar sua vida a Cristo. Mulher submissa, seu testemunho é exemplar. Depois de 2 anos de casada, finalmente suas orações iriam ser ouvidas.

Seu marido decide, por livre e espontânea vontade, ir à Igreja para acompanhá-la apenas, no domingo pela manhã, para não correr o risco de perder a transmissão do futebol no fim da tarde.
Naquela noite, Isabela teve a noite mais feliz de sua vida. Noite de paz, viu-se guardada pelos anjos do Senhor, tinha um cântico de louvor nos lábios, de gratidão a DEUS.

No dia seguinte...

Isabela acordou cedo, deixou a mesa posta para que seu marido fizesse seu desjejum preferido, saíram de casa às 6:30, pois não moravam muito perto da Igreja, tinham que pegar ônibus e, naquela manhã, era sua escala de diaconia.

Às 7h20 chegaram à Igreja. O prédio estava fechado, mas a Presbítera, líder da diaconia, havia deixado uma cópia da chave com ela. Seu marido, em silêncio, não gostou de ver sua esposa tendo que abrir o portão da Igreja, difícil de abrir. Permaneceu em silêncio, só observando.

Depois de colocar os envelopes, limpar os banheiros, arrumar as cadeiras, colocar a água no altar, já eram 7h50 e ninguém da escala havia chegado. Apenas uns membros que, semanalmente, participavam do culto das 8h.

Isabela achava o culto das 8h maravilhoso. Era muito bom pra ela buscar a DEUS nas primeiras horas do dia. Trazia muita satisfação poder ofertar tempo e trabalho a DEUS em um dia e horário que, normalmente, as pessoas, gostam de dormir até mais tarde.

Seu marido, já impaciente, pergunta se o culto não iria começar. Já eram 7h58 e Isabela percebe que teria que abrir o culto, pois a Presbítera, líder da diaconia, que estava na escala de abertura de culto, não conseguiu chegar a tempo. Percebeu também que, de levita, só foi o guitarrista, novato, que só tocava as 05 músicas que havia conseguido aprender e, por isso, teria que cantar também.

Isabela abre o culto, as pessoas começam a chegar, o culto das 8h de domingo era bem freqüentado, pessoas fieis, que se entregavam na adoração, se envolviam com a ministração, elas gostavam de estar ali.

O louvor foi maravilhoso, afinal Isabela ouvia muitos louvores durante a semana (quando seu marido não gosta que ela vá a Igreja) e quem tem uma vida de louvor a DEUS reflete isso no altar.

Enfim, no momento de ministrar a oferta, Isabela olha para todos os lados e não vê a Presbítera, sua líder, não vê o Pastor da Igreja, ninguém que possa assumir a ministração, para qual ela não estava preparada. Aquele povo sedento, olhando para sua cara, pedindo mais, fez com que ela abrisse a Bíblia em qualquer livro e pedisse a graça de Deus para ministrar ao povo com sabedoria.

Afinal, onde estariam todos? A vigília não havia sido no dia anterior. Não houve confraternização na Igreja – aliás, nem há explicação para aquele banheiro estar tão sujo, logo cedo. Isabela, muito menos seu esposo, não conseguia entender o que estava acontecendo.

Enquanto ela pedia para as pessoas trazerem suas ofertas até a mesa da ceia, pois não havia quem as recolhesse, no meio do louvor, Isabela avista o Diácono chegando, olhando tudo, percebe que não há mais ninguém na Igreja de oficial e vai embora.

O que? Por que ele fez isso? O que houve? Perdi alguma parte? Será que ele não está vendo que estou sozinha nessa Igreja, que não há quem me ajude? Meu Deus! O que está acontecendo? Logo hoje que meu marido está aqui! Logo hoje que, tenho certeza, seria o dia de sua conversão!

Em meio a muito nervosismo, Isabela não sabia o que fazer. A preocupação transparecia, e os membros começavam a perceber.

Uma luz! O Presbítero aparece e Isabela pergunta de microfone em punho, se ele havia sido enviado para ministrar a Palavra da Campanha. Isabela era uma aspirante, preocupada com o que ia fazer, com medo de passar qualquer Palavra para o povo - afinal os cursos que fez na Igreja não a havia preparado bem, cursos rápidos e rasos, dados por pessoas que, claramente, pareciam não saber do que estavam falando - estava perdida, nunca havia acontecido aquilo antes. Para a sua surpresa, o Presbítero diz que não, dá as costas e vai para uma das salas do 2º piso.

Isabela fica desesperada. Seu marido olha pra ela, com pena da enrascada em que Isabela se encontrava.

Ela, então, decide cantar mais um louvor e, em seguida, fazer uma oração forte abençoando aquele povo, e despediu o povo, sem ministrar a Palavra da Campanha, cujo tema ela não conseguia lembrar, de tão nervosa.

Isabela ficou arrasada. Segundos depois de terminar o culto, às 9h05, chegaram todos. A Presbítera, braço direito do Pastor, a Presbítera líder de seu R12, e foi logo interpelada pelo Presbítero que disse não ter sido enviado para ministrar, foi acusada de não ter passado a Palavra para ele.
A Presbítera, braço direito do pastor, disse que ela deveria ter ministrado qualquer coisa, que não deveria ter terminado o culto de qualquer jeito.
A Presbítera, líder de seu R12, disse que não a estava reconhecendo, que ela deveria ter feito mais, ter ministrado qualquer Palavra, pois a Palavra estava em seu espírito e ela tinha o que ministrar.

Ninguém percebia que havia feito tudo sozinha, que seu marido estava ali, que havia sido a primeira vez que ela estivera naquela situação, ninguém.
Enquanto isso, seu esposo, de longe, percebia como aquelas pessoas estavam caindo em cima de sua esposa como urubus sobre a carniça.

Saindo dali, depois do culto das 10h, onde o Pastor ministrou, a Presbítera abriu o culto, houve levitas, não faltou nada, Isabela se sentiu a pior das criaturas. Há anos trabalhando naquela Igreja e parecia que por causa de uma falha, um nervosismo, ela estava sendo acusada de destruir a Igreja, como o próprio satanás.

Seu marido percebeu o quão arrasada ela saiu de lá e a consolou, mas Isabela saiu disposta a não mais voltar. Não conseguia entender o porque de tanta acusação. Onde estavam as pessoas que tinham que cumprir seus papéis naquela manhã? Onde? O mais fácil seria mesmo levantar como mártir uma aspirante que não consegue se desenvolver mais no ministério por causa da correria do dia a dia, a que não anda no grupo dos cabeças da Igreja, mas tem um coração, a parte que ninguém vê, derramado no altar de DEUS.

Nossa história termina no centro de um coração que continua desejoso de fazer a vontade de DEUS. Que acredita em uma Igreja de Jesus que não acusa, não macula o irmão, mas o ampara e dá força na dificuldade. Acredita que haja um povo de DEUS que olhe para as situações sem traves nos olhos, traves pessoais, e consegue discernir o certo do errado.

Isabela, não vai desistir, vai continuar buscando o centro da vontade de DEUS, vai tentar esquecer aquelas cenas de acusação que viveu com suas autoridades espirituais, pessoas que ama tanto.

Seu marido, apesar de não ter ouvido a ministração da Campanha naquele domingo 8h, e não ter conseguido prestar atenção na do culto das 10h, acompanhou sua esposa pela rádio às 17h, não assistiu ao futebol. Ele entendeu o amor de sua esposa pela obra de DEUS. Entendeu que existe uma relação de amor com DEUS que supera qualquer desejo pessoal, qualquer nomeação eclesiástica. O testemunho de sua esposa, aspirante, falou bem mais alto do que o testemunho de levitas, diáconos, presbíteros ou pastores. A semente foi lançada.

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